A goianidade representada na identidade cultural, memória e patrimônio Vilaboense
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.13774107Palavras-chave:
Vila Boa de Goiás, goianidade, identidade cultural, patrimônio, memóriaResumo
Goiás entrou na história em 1722, com o nome de Minas dos Goyazes. Quatro anos depois, foi fundada a Cidade de Goiás, inicialmente chamada Arraial de Sant’Anna, que permaneceu como capital até a década de 1930, quando a administração estadual foi transferida para Goiânia. Para compreender os termos “goianice” e “goianidade”, definidores da identidade cultural goiana, destacam-se o declínio aurífero e o avanço da pecuária, cuja consequência foi um processo de ruralização que favoreceu a interiorização e um quadro de isolamento em Goiás, inaugurando a “goianice” símbolo do “atraso”. Apenas nos anos 1930 se procurou reconstruir e reverter a imagem de Goiás, e de seus sujeitos, por meio de uma face moderna com a cidade de Goiânia e a chegada dos trilhos de ferro, em uma tentativa de inserir a região na construção da nação caracterizada pelo que chamamos de “goianidade”. Além da Revolução de 30, a elevação de Goyaz a Monumento Histórico, em 1942, ajudou os Vilaboenses a se valorizarem na sociedade goiana. Incentivar a preservação da tradição envolve iniciativas para criar os lugares de memória nos goianos, que surgem para se criar uma ideia de pertencimento; desse modo, a memória acaba por estabelecer um “vínculo” entre as gerações humanas. Novas interpretações do passado podem surgir e eventos anteriormente esquecidos podem ser redescobertos e reinterpretados pela memória, pelo patrimônio e pela identidade cultural.
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