Indígenas - filhos primogênitos da mãe Terra: sintonia profunda com a natureza
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.10666756Palavras-chave:
diálogo, metadiálogo, indigenismo, natureza, planeta TerraResumo
As culturas indígenas são comprometidas com a construção da sua própria história e devem administrar, conscientemente, ou não, duas formas operativas nesse intento: conservação e inovação frente aos eventos e fatos que ocorrem nas suas comunidades. Neste estudo, objetivou-se conhecer e avaliar, positivamente, os valores dos povos indígenas nos processos de conservação e inovação na relação dialética de tese e antítese, às vezes radicalmente opostas, ou de síntese no diálogo, reciprocamente integrando valores significantes da existência na sua maturidade e constante evolução. O presente trabalho é de natureza qualitativa, com fundamentos na Fenomenologia da região Centro-Oeste brasileira, tendo sido realizado com as tribos Xavante, Krahô, Karajá e Uru-Eu-Wau-Wau, por meio da aplicação e interpretação do instrumento psicodiagnóstico, de Hermann Rorschach. Na apresentação dos dez arquétipos com as manchas de tinta, os indígenas, nos seus processos perceptivos, projetivos e interpretativos manifestaram suas experiências vividas em sintonia profunda com a natureza. Após as progressões dos conteúdos foi confirmada a seguinte categoria: a mente indígena pensa como a natureza pensa, para restaurar e recompor a necessária unidade das formas de vida no planeta Terra. Os resultados apontam que a cultura indígena não se reduz a um primitivismo acometido por deficiências mentais, contudo, há frequência expressiva de sofrimentos em virtude da devastação dos seus locais de vida em sintonia com a natureza. Assim, visou-se ressaltar o papel importante da sociedade civil branca dominante, restituindo aos povos indígenas a autonomia no seu próprio pensar e agir.
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